Tendo em conta a renovação do Estado de Emergência, informamos que a nossa agenda de Fevereiro encontra-se suspensa até dia 14 de Fevereiro. Aguardamos, nessa data, ter mais informações para podermos retomar o agendamento das nossas visitas guiadas.
Informamos que a validade dos Vouchers 5 Convivas e 2 Pessoas foi estendida para todo o ano de 2021.
Sugestões de leitura
Não sendo possível passear pela mão dos autores Portugueses, deixamos algumas sugestões de leitura.
Para a nossa agenda de Fevereiro estavam assinaladas três efemérides:
- Almeida Garrett, nascido a 4 de Fevereiro de 1799 no Porto
- Padre António Vieira, nascido a 6 de Fevereiro de 1608 em Lisboa
- Cesário Verde, nascido a 25 de Fevereiro de 1855 em Lisboa
Aproveite, então, para descobrir ou reler estes autores. Sem ideias por onde começar? Seguem alguns excertos para aguçar o apetite.
Padre António Vieira
“Basta, Senhor, que eu porque roubo em uma barca sou ladrão, e vós que roubais em uma armada, sois imperador? (…) O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres. (…) Suponho, finalmente, que os ladrões de que falo, não são aqueles miseráveis (…) Não são só ladrões, diz o Santo, os que cortam bolsas (…); os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título, são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam.”
Sermão do Bom Ladrão, 1655
ALMEIDA GARRETT
“[Telmo] Oh! oh! Livro para damas – e para cavaleiros… e para todos: um livro que serve para todos; como não há outro, tirante o respeito devido ao da palavra de Deus! Mas esse não tenho eu a consolação de ler, que não sei latim como meu senhor… (…) Mas, minha senhora, isto de a palavra de Deus estar assim noutra língua, que a gente… que toda a gente não entende… confesso-vos que aquele mercador inglês da Rua Nova, que aqui vem às vezes, tem-me dito suas coisas que me quadram… E Deus me perdoe, que eu creio que o homem é herege, desta seita nova da Alemanha ou da Inglaterra, Será?”
Frei Luís de Sousa
CESÁRIO VERDE
“Foi quando em dois Verões, seguidamente, a Febre
E o Cólera também andaram na cidade,
Que esta população, com um terror de lebre,
Fugiu da capital com da tempestade. (…)
Na parte mercantil, foco da epidemia,
Um pânico! Nem um navio entrava na barra,
A alfândega parou, nenhuma loja abria,
E os turbulentos cais cessaram a algazarra. “
Poema Nós